Termômetro de mercado
14/07/2017

O valor da gordura

Apesar da crise econômica brasileira e dos suas consequências (negativas) no consumo geral de lácteos, uma categoria específica de derivados do leite tem apresentado desempenho bastante satisfatório no consumo e nos preços ao consumidor final: as gorduras lácteas, como manteiga e creme de leite. Alguns motivos são apontados por especialistas para esta tendência de aumento na sua demanda:

• Com a crise econômica brasileira, as refeições fora do lar foram substituídas por refeições preparadas e consumidas dentro de casa (que são mais econômicas). Na elaboração dessas refeições, cresce o consumo de manteiga, creme de leite, requeijão culinário e outros derivados com alto teor de gordura;

• Estruturalmente (e em nível mundial), o consumo de gorduras tem migrado/retornado das gorduras vegetais (margarina, por exemplo) para as gorduras lácteas, em função de novas informações indicando sua maior saudabilidade;

• No mercado brasileiro, cresce (apesar de crise) o mercado de requeijões que, via de regra, levam de 25 a 35% de gordura láctea em sua composição.

Desta forma, a demanda cresce e também os preços ao consumidor final das gorduras lácteas. Como mostra o gráfico 1, os preços da manteiga ao consumidor final na cidade de São Paulo no primeiro semestre deste ano estão bastante mais altos do que no ano passado; a média entre janeiro e junho deste ano é cerca de 20% mais alta do que em 2016 – considerando-se valores deflacionados (isto é, descontada a inflação!)

Gráfico 1. Preços da manteiga no varejo da cidade de São Paulo

Fonte: elaborado pelo MilPoint Mercado, a partir de dados do IEA e da FIPE

Trata-se, portanto, de uma boa oportunidade para pensar em formas de aumentar o teor de gordura do leite produzido em sua fazenda. Genética, nutrição e ambiência são fatores importantes nesta equação e a remuneração adicional por sólidos (principalmente por Gordura) o resultado esperado.