Termômetro de mercado
27/07/2017

Mais milho e mais soja este ano. Mas, já fique de olho em 2018!

A divulgação, pela CONAB, da sua nova projeção das safras de grãos reforça o cenário bastante positivo para os consumidores de milho e soja no mercado brasileiro, em função do forte crescimento de produção apontado para estas duas commodities. 

De acordo com esta última avaliação da CONAB, a safra de milho deve atingir cerca de 96 milhões de toneladas, cerca de 44% de crescimento em relação à safra passada. Foram 30,4 milhões de toneladas na safra de verão (que cresceu 18% em relação à safra 15/16) e serão cerca de 65,6 milhões na safrinha (que deve crescer 61% em relação à safrinha de 2016). Para a soja, os números da safra de verão deste ano são quase 20% maiores que a safra 15/16, com cerca de 114 milhões de toneladas produzidas.

Um fator adicional vem ajudando no mercado do milho: nossas exportações deste cereal têm sido bem menores em 2017 do que foram em 2016. Como mostra o gráfico 1, os volumes exportados até junho somam 3,2 milhões de toneladas, redução de 73% em relação às 12,3 milhões de toneladas exportadas em 2016 no mesmo período.

Gráfico 1. Brasil - Exportações mensais de milho (mil toneladas)

Fonte: MilkPoint Mercado, com base em dados do Sistema ALICE do MDIC

Principalmente em relação ao milho, dois pontos de atenção são importantes ao produtor que compra este cereal para usá-lo na alimentação de seu rebanho:

• Os preços do milho tendem a ser mais baixos até final de agosto/começo de setembro, quando começam a subir, em função do ritmo de comercialização da safrinha e, também, pelo aumento do fluxo de exportações (este efeito pode ser claramente verificado no gráfico 1, que mostra o crescimento dos volumes exportados em julho/agosto/setembro). Assim, caso vá entrar no mercado agora para comprar, é importante notar esta sazonalidade de preços e tentar fechar coberturas até a nova safra;

• Com este forte aumento na produção em 2017 (e a consequente queda nos preços do grão), existe uma expectativa de redução na área plantada de milho, principalmente na safra de verão. Ainda que a safra de verão represente o menor volume de produção brasileiro, este efeito pode alterar o balanço de oferta e demanda para o próximo ano e gerar pressões de preços, não desejáveis sob o ponto de vista do produtor de leite.