Termômetro de mercado
11/09/2017

A esperança do consumo

Com o forte crescimento da produção de leite este ano em relação aos volumes produzidos em 2016 (a estimativa, baseada em índices monitorados pelo mercado, é de que a produção brasileira de leite cresceu, entre janeiro e julho, entre 6% e 7% vs. o mesmo período do ano passado), a esperança de todos os agentes da cadeia produtiva é de que as quedas generalizadas de preços possam levar a uma reação no mercado consumidor final.

E as quedas de preços dos derivados lácteos começam a ser repassadas mais fortemente no varejo. Por exemplo, o gráfico 1 mostra os preços médios do leite UHT na cidade de São Paulo; o valor médio de agosto de 2017 é, em termos reais (isto é, descontada a inflação), cerca de R$ 1,31/litro menor do que o valor praticado em agosto de 2016 (queda de 32% no valor médio de venda do produto no varejo)! Na média janeiro a agosto, o UHT acumula 11% de queda real de preços.

Gráfico 1. Preços do leite UHT no varejo da cidade de São Paulo

Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IEA e da FIPE

Ao mesmo tempo, as “boas” notícias vem do campo econômico. A variação do PIB no segundo trimestre de 2017 em relação ao mesmo trimestre de 2016 foi positiva em +0,3% - um crescimento ainda bastante pequeno, mas positivo, depois de doze (sim, doze!!) Trimestres de variação negativa do PIB. Sabemos que o início da recuperação econômica pode trazer início da recuperação de consumo, ainda mais com preços baixos ao consumidor final, como mostramos no gráfico 01. E, de fato, esta recuperação aparentemente já começa a acontecer – o índice que monitora a variação do consumo das famílias mostrou crescimento de 0,7% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo trimestre de 2016. Que a tendência continue assim!