Termômetro de mercado
28/08/2018

Sólidos do leite: sim, é possível!

Muito se fala sobre a competitividade do leite brasileiro no mercado internacional num futuro cenário (de médio/longo prazos) de exportações lácteas brasileiras. Se verificarmos o nosso consumo per capita de leite hoje (entre 170 e 175 litros/pessoa/ano) e o crescimento da produção brasileira, é muito possível, num horizonte de médio/longo prazo, que tenhamos de nos converter em exportadores estruturais de leite (vamos produzir mais do que consumir internamente).

Neste possível cenário futuro, o teor de sólidos do leite passa a ser muito relevante na nossa competitividade. E a situação atual dos números não nos são favoráveis: em comparação com outros países que são referência neste cenário, como a Nova Zelândia, o Brasil ainda tem como melhorar: a média total de sólidos (proteína mais gordura) para a nova Zelândia é de 8,9%, enquanto a média simples observada a partir dos dados cadastrados por produtores participantes do MilkPoint Radar no mês de junho está em 7,15%.

O gráfico 1 apresenta os percentuais de volume e de número de produtores por faixa de teor de sólidos (Proteína + Gordura), a partir dos dados inseridos no MilkPoint Radar pelos produtores participantes para o leite fornecido em junho/2018. Apesar dos resultados do MilkPoint Radar reproduzirem, de forma geral, a média do mercado brasileiro – quase de 80% do volume de leite apresenta teor de sólidos entre 6,5% e 7,5% - um indicativo interessante é o percentual (de cerca de 15% do volume inserido no aplicativo) já estar na faixa igual ou superior a 7,5%, mais próximo do benchmark na Nova Zelândia. Indo um pouco mais além, 4% do volume apresentou média de 8,39% de sólidos (lembrando: Gordura + Proteína), somente 6% abaixo da média do leite kiwi.

Gráfico 1. Volume mensal produzido (em porcentagem do total) e número de produtores (em porcentagem do total) por faixa de total de sólidos


Fonte: MilkPoint Radar. Dados referentes à produção do mês de junho

Assim, na média estamos ainda bastante distantes dos sólidos da Nova Zelândia, mas há claras oportunidades de melhoria e de resultados mais elevados. Sim, é possível fazê-lo!