Termômetro de mercado
25/01/2019

O desafio da demanda (interna e externa!)

Ainda com muito foco no mercado interno e considerando as recentes “patinadas” na economia brasileira, que trouxeram grande impacto e redução na demanda interna por leite e derivados, a cadeia láctea brasileira tem de desenvolver, de forma mais estruturada, um viés estrutural para vendas no mercado internacional de leite...

A exportação de leite é uma deficiência do Brasil e não é de hoje, como mostra o gráfico 1, com o saldo da balança comercial de leite. São dificuldades que se destacam desde infraestrutura, logística, modal de transportes caro e ineficiente, até o marco legal.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de leite (em milhões de US$)

Fonte: elaborado com os dados do MilkPoint Mercado

Para além das antigas questões estruturais do Brasil, a qualidade do leite também varia demasiadamente nas diferentes regiões produtoras (como mostram os próprios dados médios divulgados aqui no MilkPoint Radar) – sendo também fator importante na competitividade internacional dos nossos produtos. Prazos de validade mais longos e exigências crescentes de certificações internacionais de qualidade requerem produtos padronizados, e isso desencadeia uma demanda por controle e tecnificação, desde as fazendas, passando pelas fábricas e por todos os canais de comercialização.

Um outro ponto bastante relevante é a negociação internacional para abertura de mercados importadores – não basta ter custo competitivo, qualidade compatível e canais logísticos eficientes! A abertura para venda aos mercados compradores no momento em que temos oferta (excedente) de produto é fator básico para que a exportação de lácteos funcione, inclusive como ferramenta de redução/escoamento dos nossos excedentes de produção e redução das oscilações de preços no mercado brasileiro.