Termômetro de mercado
30/03/2017

Carne fraca e leite forte?

A operação “Carne Fraca” e todos os seus desdobramentos, ainda desconhecidos e imprevisíveis, podem beneficiar o produtor de leite quando o assunto é o preço do alimento concentrado. A questão é que, com uma fragilização das cadeias de proteínas animais, há uma potencial redução de demanda nacional de alimentos concentrados (como o milho e o farelo de soja), o que pressionaria ainda mais (para baixo!) as cotações destes produtos.

O que acontece é que suínos, aves (de corte) e bovinos de corte representam juntos cerca de 83% da produção/consumo de rações no país, como mostra o gráfico 1. No mesmo gráfico é possível verificar que “somente” 8% do mercado de rações é ocupado pelos bovinos de leite.

Gráfico 1. Produção de rações por tipo de animal

Fonte: elaborado com dados do Sindrações

Mas, nem tudo são flores neste cenário. Caindo a produção de suínos cai também o consumo de soro de leite (co-produto da indústria do queijo, utilizado em grande escala em rações/sucedâneos para leitões), o que ajuda a pressionar ainda mais a cadeia do queijo, que absorve cerca de 40% do leite produzido no país.